Perguntava-me certa vez:
Qual a utilidade de uma folha de papel?
Era simplismente um pedaço de alguma coisa que alguém deixou ali. Esquecido talvez!Não tinha nenhuma utilidade, a não ser para alguns rabiscos de criança ou palavras de quem não tem mais nada a fazer da vida.
Parei-me a olhar para ela com fixação extrema, tentando descobrir qual o seu papel na sociedade.
Duas horas.
Foi o tempo que fiquei parado na incansável observação. Qual a conclusão? Nenhuma! Continuava a ser apenas uma folha de papel branca e inútil.
Irritado com toda aquela loucura de quem, além de desempregado está sem namorada, lancei-me de barriga ao chão na esperança de que algo me ocorrece. E num salto quase malabarístico, eis que me vêm a mente duas idéias: uma antes, outra depois. Depositei-as rapidamente no papel, antes que me fugissem à cabeça.
Dez anos após...
Descoberto finalmente a utilidade daquela coisa branca e sem valor.
No papel ficaram guardadas as fórmulas para confimar o que hoje sou. Antes inútil. Hoje mais ainda.
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